quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Que dedo é esse?

Está é mais uma daquelas histórias corriqueiras que podem acontecer com todo mundo. Aconteceu com o Álvaro, que sempre foi (sem exageros) um baita cara simpático, daqueles que cumprimentam todo mundo, tem coisa pra falar e não destrata ninguém.

Um dia desses, voltando do trabalho, passou pela portaria e viu o Carlinhos ali dentro daquela cabininha. Não hesitou, mandou logo um jóia para cumprimentar o funcionário, que olhou com uma cara de espanto. O jóia do Álvaro tinha saído com um dedo a mais, e justo o dedo médio. Que tragédia! Como tamanho descuido poderia ocorrer? O que falariam do Álvaro agora?

No dia seguinte, no elevador, ele se deparou com a Cecília, do sexto, e foi logo cumprimentando: “Como vai Cecília?”, e levantou a mão, com o famoso dedo erguido. “Como pode? Fazer um negócio desses de novo?”. Mal havia terminado seu pensamento e o Álvaro viu a Cecília sair com a cara fechada, sem dizer nada.

Ao longo da semana a situação só piorou, era dedo do meio a todo o momento, para qualquer um, nem familiares foram poupados.

Nunca foi do feitio do Álvaro ofender alguém, ele era um cara boa praça, só estava com um problema de trocar os dedos.

O negócio foi ficando sério, ninguém mais falava com ele; seu chefe o recebeu em sua sala por, pelo menos, três vezes; o pessoal não o convidava mais para o happy hour; sua família o ignorava. O ponto mais crítico foi quando escreveram no vidro do carro dele, com letras garrafais: “Bundão!”.

Hoje, o Álvaro continua o mesmo gente fina de sempre, mas perdeu um bocado de amigos por causa do seu dedo errado. Agora, ele aprendeu, anda sempre com as mãos nos bolsos, e, quando tem que cumprimentar alguém, o faz com um singelo aceno de cabeça.

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